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sábado, 4 de julho de 2020

1.9 Tratamento de água e do esgoto

A água é indispensável à vida humana: além de bebermos, usamos a água para cozer os alimentos e para a higiene pessoal e doméstica; é importante para a agricultura; é utilizada em grandes quantidades e para diversos fins pelas indústrias; e assim por diante.

A água própria para se beber é denominada água potável. Não precisa ser pura, na conceituação química — isto é, conter somente moléculas H2O —, mas é necessário que ela esteja límpida; não pode conter terra nem outros materiais em suspensão; pode conter somente vestígios de sais em solução, que lhe conferem algum sabor (diferente da água destilada); precisa estar aerada, ou seja, conter um pouco de ar dissolvido, dando ao paladar uma sensação de “água leve”; não deve conter micro-organismos que possam causar doenças. Evidentemente, essa água será também apropriada para outros usos domésticos, como: cozer alimentos, lavar roupas e utensílios domésticos, tomar banho etc.

Afortunada seria a cidade que dispusesse de “fontes de água pura”, com todas as características da água potável. Infelizmente, para satisfazer o enorme consumo das grandes cidades, é preciso retirar a água de lagos ou de rios, que, em geral, não é potável — tendo, por isso, de ser convenientemente tratada.

O tratamento da água para o consumo público segue, em geral, os passos mostrados no esquema
dado a seguir:

• a água vai então para um tanque de decantação ou sedimentação (IV), onde circula lentamente, dando tempo para que o Al(OH)3 precipite, arrastando consigo as partículas em suspensão existentes na água;
• a seguir, a água passa por um filtro de areia (V), que retém as partículas menores de Al(OH)3 outras impurezas;
• finalmente, a água passa por um clorador (VI), onde é introduzido o cloro, que mata os micro-organismos.

A água é um bem precioso. Nas grandes cidades, a captação da água, seu tratamento e sua distribuição estão se tornando cada vez mais difíceis. Portanto, não desperdice água — abra pouco as torneiras, tome banhos rápidos, não abuse na descarga de aparelhos sanitários, não lave automóveis desnecessariamente etc. Com o aumento da população da Terra, do desperdício de água e do aquecimento global, dizem alguns técnicos que, já neste século, possivelmente haverá falta de água potável — o que poderá até levar a humanidade a uma “guerra pela água”.

Depois de utilizada, a água pode arrastar consigo muitos materiais nocivos: 
• nas cidades — o esgoto doméstico está contaminado com bactérias, vírus e outros agentes infecciosos ou tóxicos. No passado, isso foi causa de muitas epidemias (cólera, tifo etc.). Até hoje, em regiões nas quais o esgoto corre a céu aberto, são frequentes os surtos de disenteria, cólera, hepatite etc.;
• no campo — além dos dejetos humanos, o esgoto traz resíduos provenientes da criação dos animais, de fertilizantes e dos agrotóxicos;
• nas indústrias — dependendo do tipo de indústria, as águas residuais podem carregar consigo muitos produtos químicos nocivos.

Em todos os casos mencionados, o correto é canalizar os esgotos, levando a água contaminada para estações de tratamento. Nelas, a água é purificada antes de seu retorno aos rios, lagos ou oceanos.

Evitam-se, desse modo, a destruição da vida aquática (extinção de plantas aquáticas, mortandade de peixes etc.) e o perigo de contaminação das populações que irão se utilizar novamente da água.

Um tipo de tratamento de esgoto residencial consiste das seguintes etapas:
remoção de terra, areia e objetos diversos (plásticos, panos etc.);
tratamento biológico, no qual se reproduz e se acelera o processo natural de decomposição de material orgânico (fezes, urina etc.) pela ação de micro-organismos. No processo denominado lodo ativado, esquematizado abaixo, o esgoto (afluente, I) passa por um tanque de aeração (II), no qual é injetado ar para acelerar a ação dos micro-organismos. A seguir, o esgoto passa por um tanque de sedimentação (III), em que o lodo sedimenta. Parte desse lodo (IV) volta ao tanque de aeração para repor a colônia de micro-organismos. O excesso de lodo (V) é retirado e pode servir como adubo;
tratamento químico, no qual o efluente (VI) é tratado com cloro para eliminar micro-organismos, antes de a água voltar aos rios, lagos etc.



Questões sobre a leitura Registre as respostas em seu caderno

69. Pesquise qual é a quantidade aproximada de água que cada brasileiro utiliza por dia. Discuta com seus colegas
se esse valor reflete o consumo de água para qualquer região do país.

70. Qual(is) a(s) diferença(s) entre a água pura e a água potável?

71. Explique a relação entre esgoto e doenças.

72. Pesquise por que o investimento em saneamento básico pode beneficiar a economia do país.

73. Analise o gráfico que mostra a população atendida por rede de esgoto sanitário e discuta com seus colegas
em quais regiões do Brasil devem ser feitos investimentos em saneamento básico e por quê.

74. Explique como é possível transformar o esgoto em adubo.

75. (Enem-MEC) A falta de água doce no planeta será, possivelmente, um dos mais graves problemas deste século. Prevê-se que, nos próximos vinte anos, a quantidade de água doce disponível para cada habitante será drasticamente reduzida. Por meio de seus diferentes usos e consumos, as atividades humanas interferem no ciclo da água, alterando:

a) a quantidade total, mas não a qualidade da água disponível no planeta.
b) a qualidade da água e sua quantidade disponível para o consumo das populações.
c) a qualidade da água disponível, apenas no subsolo terrestre.
d) apenas a disponibilidade de água superficial existente nos rios e lagos.
e) o regime de chuvas, mas não a quantidade de água disponível no planeta.

76. (Enem-MEC) Visando adotar um sistema de reutilização de água, uma indústria testou cinco sistemas com
diferentes fluxos de entrada de água suja e fluxos de saída de água purificada.

77. Após a leitura, observe o infográfico na abertura do capítulo. Podemos afirmar que a água do rio Amazonas
é própria para consumo humano?

Fonte: Feltre, Ricardo, 1928–Química / Ricardo Feltre. — 7. ed. —São Paulo : Moderna, 2008.

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